Com certeza a Rua Gonçalves Crespo era o centro do universo. Minha casa ficava bem no meio da rua. De um lado a Rua Tuiuti, com o Colégio Espírito Santo bem na esquina, ao lado do metrô Tatuapé (que na época não existia) e do outro lado, a Rua Teixeira de Melo.
Saindo da Rua Tuiuti em direção à minha casa, passava pela casa do Tadeu, do Emilinho, do Pedrinho, Paulinho e Marcia. Antes de chegar, havia ainda 2 vilinhas – uma de cada lado da rua – em uma morava o Ricardo e na outra o Agnaldo, Ronaldo, Reinaldo e vários colegas cujos nomes teimam em se perder no tempo.
Bem em frente a minha, ficava a casa do Paulo, Carlos e Angela (não citarei o sobrenome). A mãe deles era muito amiga da minha e viviam juntas prá lá e prá cá – lembro que nem tocavam campainha – iam entrando. Seguindo adiante em direção à Teixeira de Melo estavam as casas de tantos outros amigos. Lembro em especial da casa da Bia, minha namorada secreta, tão secreta que nem ela sabia.
Essa rua foi palco de dezenas de milhões de momentos felizes. Brincadeiras e treinos intermináveis: esconde-esconde, mana-mula, mãe-da-rua, peão, pipa, bombinhas, queimada, guerra com mamonas, taco, corda, bolinha de gude, carrinhos (geralmente de plástico), clássicos do futebol mundial - partidas “contra” a Rua Martins Pena – nossa arqui-rival em tudo.
Sentia um orgulho danado em ser chamado de “rueiro” por minha mãe. Eram tempos em que se podia passar o dia na rua. Sempre tínhamos vários amigos para brincar. Deveria haver uma lei obrigando todas as crianças a nascerem na Gonçalves Crespo com os mesmos amigos e brincadeiras que eu tive, somente podendo se mudar após os 12 anos.
Vô Horácio no Viaduto do Chá. |
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