Tia Angelina era irmã do meu avô Horácio e possuía a casa rosada mais linda da parte da família de São Paulo. Casada com o tio Edmundo, que faleceu quando eu ainda era bem pequeno..
Sua casa ainda fica na Rua Santo Elias (rua do Hospital Municipal do Tatuapé). É um belo sobrado que na época possuía um imenso quintal onde a família se reunia para inesquecíveis festas de Natal e Ano Novo. Festas grandiosas, com tudo o que uma família feliz tem direito. Todos os primos e primas estavam lá.
A tia Angelina devia ser uma espécie de Comandante de todos os adultos. Toda a família fazia questão de estar presente, praticamente sem exceção. Às vezes, sentávamos em volta de várias mesas enfileiradas para jogar “tombola”,, tal qual fazíamos na casa de Santos.
A parte inferior da casa possuía uma cozinha e ampla sala. Uma grande escada levava para a parte superior do sobrado.
Pois então, o problema estava exatamente naquela escada, ou melhor, no quadro que existia na escada. Bem no seu início ficava um “enoooOOORRRMMMEEE” quadro com a foto (ou pintura) do falecido tio Edmundo... Imaginem... meus olhos e mente (de moleque sem nada melhor a fazer) só conseguiam ver um tio sério, tenebroso, inquietante e ameaçador. Nem preciso dizer que tinha pânico de olhar nos olhos daquele quadro. Tinha certeza que se olhasse fixamente, ele piscaria e me assombraria pelo resto da eternidade. Eu até subia aquelas escadas, porém, com todo o cuidado de não olhar para os olhos do tio Edmundo.
Não ousava mexer nas coisas da tia Angelina..... vai que meu tio estivesse olhando .....
Não ousava mexer nas coisas da tia Angelina..... vai que meu tio estivesse olhando .....
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