No mesmo local, só que no sobrado da frente, moravam meus avós. Possuía suas duas entradas pelo mesmo quintal, uma para a cozinha e outra para a sala.
A cozinha era “grannndeeeee” (ou eu que era pequeno). Era o local onde minha avó preparava macarrão, pizzas etc. (ficava muito contente em nos ver - eu e meu irmão - comendo. Gostava tanto daquele macarrão que meus olhos brilhavam enquanto comia, porém, em termos de “comedor de macarrão”, perdia a majestade para meu avô, cujo prato somente era lavado por uma questão de higiene já que literalmente era limpo com pedaços com pão. Aprendi com ele que o prato principal é o mesmo local físico onde se deve comer a sopa ou a sobremesa, afinal de contas, ...”tudo vai se misturar na barriga mesmo”....
Saindo da cozinha, entrava numa grande sala e, encostado na parede esquerda, ficava um grande sofá de três lugares. Ao fundo e sob uma grande janela vinham as poltronas, todos muito confortáveis. Uma mesa de centro sobre um lindo tapete eram o convite para assistir a TV que ficava sobre uma simples estante, onde nada mais cabia além de um estabilizador de voltagem e algumas revistas na sua parte inferior. Do lado esquerdo da TV tinha um aparelho de som bem antigo, cujo móvel tinha quase 1.50 metro de largura. Nesse aparelho meu avô ouvia suas dezenas de discos de 45 rotações e era uma briga para colocar alguns discos infantis.
Entre a sala e a cozinha, uma escada dava acesso à parte superior e ao seu final, do lado direito, ficava o quarto de meus avós, com duas camas simples, uma janela que dava para a rua e ao fundo, do lado direito, uma porta antiga à frente de um cubículo onde eram guardados sapatos, cobertores travesseiros, etc. Em frente da escada estava o banheiro e à esquerda um outro quarto cuja janela dava para o quintal e onde minha falecida tia Miriam morou uns tempos, pouco antes de se casar. Eu também morei neste quartinho na juventude.
A fachada externa da casa mudou um pouco, ainda na minha infância, pois toda frente era coberta por pedras marron, as quais foram substituídas por pastilhas amarelas e pretas, que foi o filho da D.Maria, nossa empregada, o Obadia, quem colocou.
Olhando da rua, a casa possuía um pequeno muro de meio metro de altura, o qual terminava num bonito portão, que meu avô vira e mexe pintava. Atrás do muro, três metros aproximadamente, estava a casa com uma grande janela do lado inferior esquerdo e do lado direito um grande portão de metal e vidros. Pela mesma vista, só que em cima do lado esquerdo, estava a janela do quarto de meus avós e à direita uma espécie de muro com tijolos vazados, que dava para a parte superior da garagem onde ninguém tinha acesso.
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