3 - O Quintal

O quintal era gigante... enorme.... (em minha mente). Era muito bacana. A partir do portão tinha a garagem coberta onde via de regra ficava estacionado o fusca verde claro de meu pai. Gostaria de me lembrar da placa, mas não me lembro. Passando pela garagem tinha a parte descoberta do quintal, logo à frente do ralinho, ficava o local onde minha cachorra, a fadinha, fazia as suas necessidades. Seguindo em direção a casa dos fundos, tinha um Bueiro que hoje eu sei que se tratava de uma caixa de gordura. Quando era preciso abrir esse bueiro, saiam dele dezenas de baratas que só de lembrar dá arrepios. Finalmente,  passando pelo ” bueiro”, a esquerda, tinha uma grande entrada lateral, com um gigantesco armário do lado esquerdo e um tanque e uma máquina de lavar no lado direito.

Quando minha mãe permitia, eu e meu irmão tomávamos banho no tanque e brincávamos que era uma piscina. Era muito gostoso. No armário, meu avô guardava suas ferramentas, comida de passarinho e graxa de sapatos.

Neste quintal aconteceram  grandes eventos mundiais: partidas de futebol com o meu irmão, concursos de peão, de dança, amarelinha, brincadeiras na rede, montagem de pipas, de balões - que geralmente não subiam - etc.

Bem no meio ficava o varal erguido com um longo bambu, que normalmente atrapalhava nossas brincadeiras.

Do outro lado ficava a casa da Marcia, nossa vizinha, que apesar de mais velha até que era legal. Vira e mexe nossa bola caia do lado da casa dela e tínhamos que perder tempo indo pedir para ela devolver. A Marcia e sua mãe nunca reclamaram "muito" das bolas em seu quintal.

O terrível era que tanto a janela do quarto do meu pai, quanto à do quarto do fundo da casa da minha avó e, para piorar...., a janela do quarto do fundo da casa da Marcia, todas davam para o nosso quintal (meu, do meu irmão e da Fadinha). Portanto seria quase impossível fazer alguma coisa errada ali, mas a gente sempre dava um jeitinho... Eu e meu irmão éramos criativos em se tratando de fazer coisas erradas.....