segunda-feira, 22 de agosto de 2011

32 - e a MEL partiu ....

Hoje a Mel foi para o céu. Deixou mais de 10 anos de recordações maravilhosas. Amiga de todas as horas,  nunca aprendeu a rosnar. Siga em paz MEL. Saudades.

quarta-feira, 29 de dezembro de 2010

31 TIA NENA, TIO LUIS, DEVANI, MARCIA e O PACTO

Tia Nena e o tio Luis também moravam no Tatuapé em um sobrado. Tinham duas filhas: Devani e Márcia.

O tio Luiz estava sempre envolvido com quermesses das igrejas. A Marcia era uma pré-adolescente e apesar de muito educada, pouco dava atenção para moleques como eu e meu irmão.

A tia Nena era tão legal quanto as tias Linda e Angelina. Era só a gente chegar que ela tirava tudo da geladeira para nos servir. Era difícil convencer as tias que não estávamos com vontade de comer. Hoje eu sei que era essa a forma delas demonstrarem o grandioso carinho que tinham por nós.

A outra filha era a Devani. Puxa vida, como a Devani era legal. Ela era muito amiga das filhas do tio Nicola e do Itamar, mesmo assim tinha todo o tempo do mundo para dedicar aos primos-sobrinhos moleques. Ela dava atenção de verdade e conversava com a gente de igual para igual. Levava em conta a nossa opinião.

Com o tempo, transformou-se na grande amiga da minha família. Aqui vale uma pausa para contar que lá pelos meus 26 anos, eu, Devani e Itamar estreitamos a amizade de nossas famílias. Estávamos casados e gostávamos de nos reunir. Tivemos que coordenar juntos alguns enterros, durante os quais conversávamos sobre todos os assuntos nas longas madrugadas. Em um desses velórios lembro que fizemos o seguinte “pacto”: ... "aquele dos 3 que morresse primeiro daria um jeito de retornar para contar para os que ficaram como são as coisas “do outro lado”..


Vale uma explicação. Fizemos este pacto porque tínhamos tempo de sobra nos velórios para especular sobre estes assuntos. De nenhuma forma foi algo desrespeitoso com Deus ou com qualquer Religião. Sempre respeitamos todas as crenças. (este também era um de nossos assuntos - a importância de respeitar a todos).

Lamentavelmente esses meus dois primos queridos foram morar com Papai do Céu muito cedo. Primeiro foi o Itamar e depois foi a Devani. Muito bem, neste ponto você deve estar se perguntando se um deles retornou para me contar alguma coisa.  Pois é... acho que tem muita coisa boa para se fazer do outro lado, pois estou esperando até hoje.

30 TIO WILSON E TIA NORMA



Eram tantos tios e tias..... Fico pensando como a falta de internet, Google, celular, videogames etc unia as famílias. Pelo menos a minha tinha o costume de se visitar em finais de semana. Não foi exceção com a tia Norma e tio Wilson.

Eles moravam em Rudge Ramos em um apto localizado em um condomínio de um conjunto habitacional bem legal. Tinham duas filhas: Vanda e Viviane. Só para variar as idades batiam – Vanda com meu irmão e Viviane com a minha.

Elas eram legais apesar de serem meninas. As brincadeiras não fluíam tão facilmente, mas gostávamos muito de estar juntos.

A distância entre Tatuapé e Rudge Ramos é considerável, mesmo assim sempre arrumávamos tempo para fazer ou receber uma visita.

Sei que o tio Wilson foi um grande companheiro do meu pai.

29 TIO AMERICO e TIA ROSA



Eles moravam no Tatuapé em uma avenida movimentada, perto da casa da tia Angelina. A casa era daquelas cuja porta dava diretamente na calçada. A casa parecia pequena por fora, mas era imensa. Entrando na casa, dávamos de cara para uma escada que levava aos quartos e banheiro da parte superior.  Chamava a atenção um suporte de chapéu antigo que ficava ao lado da escada. 

Na parte de baixo, do lado direito, ficava uma sala que, após o falecimento do tio Américo, serviu de quarto para a tia Rosa, que já não tinha saúde para subir as escadas. Seguindo reto na parte de baixo chegávamos na cozinha.

O tio Américo e a tia Rosa eram muito carinhosos, principalmente a tia Rosa. Não era aquele tipo de carinho dolorido da minha tia-prima Beth que insistia em apertar forte minhas  bochechas. Eram delicados, sutis e faziam a gente ter vontade de ficar mais um pouco.

28 TIO NICOLA E TIA NORINHA

Tio Nicola era o irmão mais chegado do meu avô Horácio. Junto com a tia Norinha tinham 3 filhas: Izilda, Beth e Sonia. Ele sempre foi o que mais cuidou e zelou pelo nome e tradição da família. Era advogado e gostava de conversar, contar “causos”, brincar com as crianças (daqueles que gostam mesmo, sem necessidade de fazer qualquer esforço).

De certa forma, o nome deste BLOG é uma homenagem para ele. “Histórias e Estórias” sempre foram marcas positivas da sua personalidade. Estava sempre de bom humor. Gostava muito de ouvi-lo.


Durante anos de contato, morou parte do tempo no Rio de Janeiro e parte em São Paulo. Mas cá prá nós o coração dele era mesmo carioca..


Minhas primas  já eram adolescentes e não havia espaço para muitas brincadeiras . Na verdade eu as chamava de tias e gostava muito de todas.

Eu era meio que apaixonado pela Izilda, sempre muito carinhosa e amiga. A Beth era daquelas “tias” que adorava apertar minhas bochechas. Era uma tia clássica -, bastava me ver para apertar as bochechas e dizer que era muito bom apertá-las. Esse tipo de expressão de carinho pode deixar uma criança traumatizada por mais de 50 anos – eu sou a prova viva desse fato. .A Sonia parecia a mais séria e não tinha muito tempo para crianças.

Estas 3 primas eram sim muito amigas da Devani (filha da tia Nena e Luis) e do Itamar (filho da tia Linda e Osvaldo). A idade deles “meio que batia” . eram os jovens da família. 

27 FOTOS IMPORTANTES

Duas fotos memoráveis.


Tio Osvaldo e Tia Linda, Tia Edir e Tio Savério, Vó Irma e Vô Horácio

Vô Horácio, Vó Irma, Tio Wilson, Tia Norma, Tio Américo e Tia Rosa.

26 TIO ZINHO e TIA DINA


Parece redundância dizer, mas o tio Zinho e a tia Dina eram muito legais. Tinham 3 filhos: Joao, Cesar e Celso.  Moravam perto; a casa deles ficava onde hoje é o metrô Tatuapé. Com a desapropriação do Metrô mudaram para outra casa no mesmo bairro.

Dos três filhos, o Cesar tinha idade próxima à do meu irmão e o Celso da minha. As brincadeiras, quase sempre, eram separadas – eu e Celso; Júnior e Cesar.

O Celso era um “moleque” muito legal. Nossos amigos de rua eram comuns, não havia frescuras, as brincadeiras “batiam” muito bem.

O detalhe é que o Celso devia ser mais “danado” do que eu, pois que me lembre, quebrou o braço umas 3 vezes enquanto criança. Vale aqui ressaltar que estou próximo dos 49 e nunca quebrei um braço ou uma perna – uma grande frustração, principalmente na infância e adolescência..

Como sempre,, nossos pais ficavam papeando e a criançada se perdia em brincadeiras. O João era bem mais velho e, portanto estava “fora” da “turminha”.

Apesar de ser mais velho e não brincar muito comigo, o Cesar era uma espécie de primo muito querido e admirado. O cara era, apesar de grande, muito atencioso no trato com os pequenos, especificamente comigo.

Eles tinham na sala uma grande vitrola de móvel de madeira, cor clara. Eram tempos de Jackson Five e “BEEN”.

25 “TIOS” CARLOS e BETH



Com a ajuda do meu irmão sei que a casa deles ficava na Rua  Gabriela Mistral, na Penha, antes de chegar na av Dr. Assis Ribeiro. Eram super legais e possuíam 3 filhos (Renato, Ricardo e Simone) cujas idades “batiam bem” com a nossa (minha e do meu irmão). A Simone era a caçula, além do que, menina, portanto quase sempre se dava muito mal nas brincadeiras.


O quarteto de meninos se dava muito bem e as brincadeiras não tinham fim. Quando os visitávamos ou quando eles nos visitavam não existia nenhum tipo de frescura. O dono da casa ia logo pegando e disponibilizando todos os brinquedos e as brincadeiras fluíam, uma melhor do que a outra.

Achava estranho que ao invés de chamarem de pai e mãe, meus primos tratavam seus pais diretamente pelo primeiro nome: Carlos ou Beth. Achava isso muito legal. Parecia que os aproximava ainda mais.

O Carlos e a Beth tratavam toda a nossa família muito bem.  O Carlos sempre foi envolvido com pilotagem de aviões e, consequentemente, era um tipo de tio herói secreto.

Sempre que nos encontrávamos, os pais ficavam conversando de um lado e os primos não perdiam tempo com brincadeiras. A regra era que logo a Simone chorava e chamava pelos pais, devido alguma encrenca causada pelos quatro, que sempre negavam.

A melhor pizza “de pizzaria” que comi na vida foi com eles. Fomos todos em uma pizzaria que não tenho idéia do nome e nem de onde fica (meu irmao acaba de me lembrar - 30/12/2010 - PIZZARIA DO PEDRO - 100 mts da casa dos tios) (sentamos todos à volta da mesa, muito papo, muitas risadas, brincadeiras e para completar uma pizza maravilhosa e borbulhante.



Claro que se a melhor pizza eu comi com eles, sou suspeito para falar do quanto gostava de estarmos juntos. Nunca mais ouvi notícias.

24 - TIA LINDA e TIO OSVALDO

Tia Linda era mais uma das irmãs do meu avô Horácio. Era casada com o Tio Osvaldo e possuía um único  filho – Itamar.

Não faço idéia de onde ficava sua casa. Seja onde for, o acesso se dava através de uma comprida e escura escada. A tia Linda,, tal qual a tia Angelina, sempre nos recebia muito bem. O tio Osvaldo era do tipo fechado e, portanto,, não despertava maiores encantos nas crianças..

O ponto máximo da casa era um relógio antigo de mesa, com móvel de madeira, localizado sobre um móvel da sala, que batia uma espécie de sino a cada hora. O relógio e principalmente o seu som eram maravilhosos.. Sempre que tocava me transportava para dentro dos filmes de terror da época, incluindo alguns episódios dos três patetas cuja trama se dava em casas mal-assombradas, cheias de fantasmas, passagens secretas etc.,  

O Itamar era mais velho do que eu e meu irmão e as brincadeiras nem sempre davam muito certo, porém, ele tinha uma coleção de gibis de dar inveja. Algumas vezes nos deixava mexer em exemplares com números repetidos.

23 TIA ANGELINA E TIO EDMUNDO

Tia Angelina era irmã do meu avô Horácio e possuía a casa rosada mais linda da parte da família de São Paulo. Casada com o tio Edmundo, que faleceu quando eu ainda era bem pequeno..

Sua casa ainda fica na Rua Santo Elias (rua do Hospital Municipal do Tatuapé). É um belo sobrado que na época possuía um imenso quintal onde a família se reunia para inesquecíveis festas de Natal e Ano Novo. Festas grandiosas, com tudo o que uma família feliz tem direito. Todos os primos e primas estavam lá.

A tia Angelina devia ser uma espécie de Comandante de todos os adultos. Toda a família fazia questão de estar presente, praticamente sem exceção. Às vezes, sentávamos em volta de várias mesas enfileiradas para jogar “tombola”,, tal qual fazíamos na casa de Santos.

A parte inferior da casa possuía uma cozinha e ampla sala. Uma grande escada levava para a parte superior do sobrado.

Pois então, o problema estava exatamente naquela escada, ou melhor, no quadro que existia na escada. Bem no seu início ficava um “enoooOOORRRMMMEEE” quadro com a foto (ou pintura) do falecido tio Edmundo... Imaginem... meus olhos e mente (de moleque sem nada melhor a fazer) só conseguiam  ver um tio sério, tenebroso, inquietante e ameaçador. Nem preciso dizer que tinha pânico de olhar nos olhos daquele quadro. Tinha certeza que se olhasse fixamente, ele piscaria e me assombraria pelo resto da eternidade. Eu até subia aquelas escadas, porém, com todo o cuidado de não olhar para os olhos do tio Edmundo.


Não ousava mexer nas coisas da tia Angelina..... vai que meu tio estivesse olhando .....